Inflação de fevereiro atinge 1,31%: Entenda os principais fatores e o impacto da conta de luz

Dmitry Mikhailov
Dmitry Mikhailov

A inflação de fevereiro de 2025 registrou um aumento significativo de 1,31%, o maior valor desde março de 2022. Esse aumento reflete a pressão de diversos fatores, sendo a conta de luz um dos maiores responsáveis. A ausência do desconto do bônus Itaipu, que ajudou a conter a inflação em janeiro, fez com que a energia elétrica se tornasse o principal vilão no aumento dos preços. O impacto da alta de 16,8% nas tarifas de energia foi determinante para o resultado, representando 0,56 ponto percentual no índice.

A alta da conta de luz é um reflexo da retirada do bônus que havia sido oferecido no mês anterior. Sem esse auxílio, a variação no preço da energia elétrica gerou um efeito mais forte sobre o índice de preços ao consumidor. Essa mudança no cenário de tarifas reflete diretamente no bolso do consumidor, que viu os custos de energia aumentarem substancialmente. O subitem de energia elétrica residencial, que tinha registrado queda de 14,21% em janeiro, disparou para uma alta de 16,80% em fevereiro.

Além da conta de luz, o setor de educação também teve um impacto relevante na inflação de fevereiro. O reajuste das mensalidades escolares foi significativo, com destaque para o aumento de preços em diversos níveis de ensino. As mensalidades do ensino fundamental, médio e pré-escola subiram acima de 7%, contribuindo para a aceleração da inflação. Esse aumento é um reflexo da tradicional época de reajustes no setor educacional e afetou diretamente o orçamento de muitas famílias.

Outro fator que chamou atenção foi o aumento nos preços dos alimentos, embora com uma desaceleração se comparado a janeiro. Em fevereiro, a alta nos preços dos alimentos foi de 0,70%, abaixo dos 0,96% registrados no mês anterior. No entanto, itens como café moído e ovos continuam pressionando o orçamento familiar, com aumentos expressivos de 10,77% e 15,39%, respectivamente. Esse aumento reflete tanto questões climáticas quanto uma maior demanda, o que torna o controle da inflação alimentar ainda um desafio para o governo.

Por outro lado, a inflação de transportes apresentou um comportamento mais moderado. O reajuste nos preços dos combustíveis, por exemplo, foi de 2,89%, mas ainda assim representou uma pressão menor no total da inflação de fevereiro. A gasolina teve uma alta de 2,78%, o que gerou um impacto significativo, mas o aumento foi inferior ao registrado nos meses anteriores. O ICMS sobre combustíveis também influenciou esses aumentos, refletindo no custo do transporte urbano e no orçamento das famílias.

A tendência de aumento dos preços não foi uniforme entre todos os produtos. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 61% dos produtos e serviços pesquisados apresentaram elevação de preços. Isso mostra que, embora a inflação tenha apresentado desaceleração em algumas áreas, o impacto no orçamento das famílias ainda é bastante relevante. Os aumentos de preços, em muitos casos, seguem sendo um reflexo de problemas estruturais na oferta de produtos, como no caso dos alimentos e da energia elétrica.

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 5,06%, superando a meta do governo de 3%, com uma tolerância de até 4,5%. Esse resultado mostra que, apesar dos esforços para controlar os preços, a inflação ainda está em níveis elevados, exigindo ações mais eficazes no controle de preços de serviços essenciais, como energia elétrica e alimentos. A meta de inflação está sendo revista com base nos 12 meses passados, o que torna o acompanhamento do índice ainda mais relevante para o planejamento econômico do país.

A inflação de fevereiro, portanto, reflete um cenário desafiador para o Brasil, com aumentos expressivos em itens essenciais como energia elétrica, educação e alimentos. A alta da conta de luz foi o principal fator responsável pelo resultado do índice, mas outros setores também desempenharam papéis importantes nesse aumento. A vigilância sobre os preços e a implementação de políticas públicas eficazes serão essenciais para controlar a inflação nos próximos meses e garantir a estabilidade econômica para os brasileiros.

Esse cenário econômico exige uma atenção redobrada do governo e da população, pois os impactos da inflação afetam diretamente o poder de compra das famílias. As flutuações no preço da energia elétrica, a variação nos custos de alimentos e o reajuste das mensalidades escolares são fatores que podem influenciar não apenas a vida cotidiana, mas também o crescimento econômico do país. A combinação desses elementos sugere que, apesar de alguns sinais de desaceleração, o controle da inflação será um desafio constante para 2025.

Autor: Dmitry Mikhailov
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital

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